sexta-feira, 26 de junho de 2009

Shampoos e Condicionadores


Lavar o cabelo ou o prato consiste em remover a sujeira com água. Como a sujeira do cabelo, ou em um prato de comida, é tipicamente formada por substâncias hidrofóbicas como gorduras, a interação água/sujeira não é muito grande. A propriedade tensoativa dos detergentes possibilita um aumento de contato da água com a sujeira a ser removida. Além disso, para minimizar o contato das caudas hidrofóbicas com a água, o detergente orienta-se inserindo-as na sujeira, que é hidrofóbica, deixando sua cabeça polar em contato com a água. A água então pode interagir melhor com a sujeira, carregando-a da superfície em que está absorvida.

Estabilizadores de espuma

Popularmente é aceito um xampu que apresente bom poder espumante, pois se acredita que o efeito de limpeza encontra-se ligado ao poder espumante, o que na realidade não ocorre. Por exemplo, os não iônicos com alto grau de etoxilação apresentam bom poder de limpeza, porém fraco poder espumante. A formação de espuma depende do pH da solução, do conteúdo em eletrólitos e da dureza da água. Pode-se melhorar ou estabilizar o poder espumante de um xampu pela adição de vários componentes, tais como : carboximetilcelulose (CMC), fosfatos, alcanolamidas etc. Normalmente estas últimas favorecem a formação de uma espuma de pequenas bolhas as quais apresentam melhor estabilidade.

Lavagem de cabelo

Xampus
Os xampus têm por objetivo a limpeza dos cabelos e do couro cabeludo e, para tal, eles devem ser capazes de:
· deixar os cabelos soltos, leves, brilhantes e fáceis de pentear;
· lhes conferir ordem, sem eletricidade estática;
· não modificar o pH do couro cabeludo.

Composição e características dos constituintes:

Agentes de lavagem

O elemento essencial da composição dos xampus é a presença de um ou mais tensoativos, agentes de lavagem cuja concentração deve ser suficientemente capaz de limpar os cabelos em toda sua extensão (cuja superfície pode atingir de 4-8 m2!). Estes detergentes constituem a base de todos os xampus.
Estrutura de um tensoativo
Os tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água e de outros líquidos (daí a origem de seu nome. Apesar de possuírem uma composição química muito variável, apresentam uma característica comum: sua molécula apresenta um componente hidrófilo e outro hidrófobo

Tensoativos aniônicos

Os tensoativos aniônicos são os normalmente empregados nos xampus. Sua família é grande, mas os que se acham mais freqüentemente na base de lavagem dos xampus são os sulfatos ou éter sulfato de álcool graxo. São limpadores excelentes e ensaboam bem. Mas sua ação deslipidante não deve ser levada ao extremo porque, se a queratina do cabelo suporta bem esta deslipidação, o mesmo não ocorre com o couro cabeludo. Sua ação, portanto, é na maioria das vezes equilibrada pela associação com outros aniônicos mais leves ou com outros tensoativos tais como os anfóteros ou os não iônicos.
Os sabonetes entram nesta categoria, mas não representam um bom método de limpeza dos cabelos, danificando-os, pois são extremamente alcalinos em solução. Além disso, eles formam com o calcário da água, sais de cálcio insolúveis que se depositam nos cabelos, tornando-os sem brilho, ásperos e difíceis de desembaraçar.
São exemplos de tensoativos aniônicos: lauril sulfato de sódio, lauril éter sulfato de sódio, lauril éter sulfato de trietanolamina .

Tensoativos catiônicos


Esses tensoativos têm uma grande afinidade com a queratina, à qual conferem maciez e brilho. Eles facilitam o desembaraçar dos cabelos e diminuem a eletricidade estática. Mas esta afinidade os torna difíceis de separar do cabelo no enxágüe, deixando-os mais pesados. Eles não são muito utilizados e são incompatíveis com os aniônicos. Na prática, os tensoativos catiônicos são formulados com não-iônicos. Podemos citar como exemplos de tensoativos catiônicos as seguintes moléculas: cloreto de olealcônio, cloreto de distearildimônio , etersulfato de isostearil etildimônio.

Tensoativos anfóteros

Estes tensoativos apresentam um poder detergente e espumante menor que os aniônicos, mas em geral, são muito bem tolerados. Devem ser associados a outros tensoativos para modular as propriedades de lavagem e espuma. Eles entram de preferência na composição dos xampus para uso freqüente e xampus para bebês.
A betaína (ácidos graxos clorados e trimetilamina), a cocoamidopropil betaína e a cocoamidopropil hidroxisultaína são exemplos de tensoativos anfóteros.

Tensoativos não-iônicos

São considerados bons emulsionantes, umectantes ou solubilizantes. Muitas vezes estão associados aos tensoativos anfóteros ou aniônicos pouco agressivos, para fazer deles xampus leves. Eles são considerados como os mais leves dos tensoativos tendo, no entanto, um bom poder detergente, mas um fraco poder de espuma. De fato, o poder de espuma, que não é correlato ao poder detergente, o é no espírito do público: um xampu que não espume muito tem poucas chances de sucesso. Por outro lado, é preciso reconhecer que a quantidade de espuma gerada por um xampu permite dosar a quantidade necessária.
Tensoativos não-iônicos utilizados na indústria cosmética: alcanolamidas de ácidos graxos (MEA, DEA, TEA), polietilenoglicol e derivados. dietanolamida de ácido graxo de coco).

Espessantes

Os espessantes são substâncias que permitem aumentar a viscosidade, dando ao usuário a impressão de ter um produto mais concentrado. Uma série de produtos pode ser utilizada como espessantes. Entre estes podemos citar sais, alginatos, carboximetilcelulose (CMC) , metilcelulose (MC). As principais são as alcanolamidas de ácidos graxos, pois apresentam uma série de vantagens sobre os anteriores, tais como poder engordurante e estabilizador de espuma. Os primeiros apresentam inconvenientes como turvação, influenciam na transparência e na estabilidade do produto. As alcanolamidas que apresentam ótimo poder espessante são: dietanolamida do ácido graxo de coco, do ácido mirístico, láurico e oléico.

Agentes engordurantes

Para evitar a retirada excessiva de gordura pelo tensoativo, utiliza-se agentes engordurantes. Os mais usados são alcanolamidas, lanolina e derivados hidrossolúveis, derivados de lecitina etc.

Agentes perolantes

Em casos especiais, pode-se desejar que o xampu apresente aspecto sedoso ou perolado e para tanto se utilizam certos aditivos que sob certas condições apresentam esta característica. Tais aditivos são ésteres de ácidos graxos, sabões metálicos e certas alcanolamidas de ácidos graxos.

Conservantes

Devido à presença de água e diversos componentes orgânicos, os xampus apresentam susceptibilidade à contaminação microbiana, tornando-os inadequados ao consumo. Por isso, faz-se necessário o uso de alguns conservantes tais como :metilparabeno e propilparabenos (Nipagin® e Nipazol®).

Essências e Corantes

São destinados a dar ao xampu sua característica olfativa e visual. Estascaracterísticas devem satisfazer as expectativas do consumidor.

Agente Estabilizante

EDTA, (Ácido etilenodiaminotetracético) este sal é um estabilizante , previne que os componentes da formulação se liguem a alguns metais (elementos-traço) que podem estar presente na água ou em algum dos ingredientes. Essa ação quelante é importante pois caso ocorra essa ligação de algum ingrediente da formulação com os metais, podem ocorrer alterações na textura, consistência, coloração, odor ou mesmo diminuição da atividade do produto. Desta forma, a adição do EDTA ajuda a obter formulações mais estáveis.

Diluente

O diluente mais utilizado é a água. Utiliza-se água tratada, destilada ou ionizada.

Fórmula geral de um xampu líquido:

· Tensoativos (agentes de lavagem): 15-25%
· Estabilizador de espuma: 1-4%
· Espessante: 0-5%
· Aditivos cosméticos ou de tratamentos: q.s.
· Agente quelante (EDTA Na): 0-0,2%
· Conservante: 0,1-0,3%
· Água purificada: q.s.

Condicionadores

O condicionador de cabelo é uma associação de diversos produtos que apresentam características que complementam o tratamento do cabelo. O condicionador deverá possuir caráter catiônico, pois isto permite a sua fixação com a queratina. Dependendo do tipo de cabelo e do tipo de xampu utilizado previamente, a composição de um condicionador pode variar, mas, em linhas gerais , ele deve apresentar as seguintes características:
· poder anti-estático - na redução da eletricidade estática, facilita-se o pentear, ficando o cabelo solto e relativamente macio;
· poder engordurante, pois em alguns casos o xampu desengordura em excesso e é necessária a reposição desta gordura sobre o cabelo e couro cabeludo;
· pH ácido, pois normalmente o detergente aniônico aumenta o pH do couro cabeludo e, com a utilização de um produto ácido, o pH da epiderme volta ao normal (ideal entre 4 e 5).

Fórmula geral de um condicionador:

· Álcool ceto estearílico: 4%
· Amônio quaternário: 2,5-3,5%
· Ácido cítrico: 0,5%
· Essência: 0,4-0,6%
· Água: q.s.100ml
· Aditivos: 2-6%
· Conservantes: q.s.

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