quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um dos trabalhos mais pedidos nos salões de cabeleireiro atualmente é a bendita reformatação dos fios. Seja para ficar mais liso, ou para minimizar o volume, as técnicas de relaxamento e alisamento, é um tratamento químico potencialmente agressivo, que pode trazer um resultado fantástico, ou tenebroso, dependendo de como se faz. Começando pela formulação É importante saber mais sobre o tipo de ingrediente ativo que vai ser colocado no seu cabelo. As substâncias alisantes permitidas pela legislação sanitária vigente no Brasil para uso neste tipo são:Ácido tioglicólico, seus ésteres e seus sais Hidróxido de sódio ou potássio, seus sais e suas combinações Hidróxido de lítio, seus sais e suas combinações e também as guanidinas Como estas substâncias agem O cabelo é constituído, basicamente, de uma proteína: a alfa-queratina. Em cada fio de cabelo, milhares de cadeias de alfa-queratina estão entrelaçadas em uma forma espiral, sob a forma de placas que se sobrepõem, resultando em um longo e fino "cordão" protéico. Estas proteínas interagem fortemente entre si, por várias maneiras resultando na forma característica de cada cabelo: liso, enrolado, ondulado, etc.. Um dos amino-ácidos presentes na queratina é a cisteína, responsável pelas ligações cisteínicas. A cisteína, RSH, pode interagir com outra cisteína da mesma cadeia polipetídica e formar uma ligação covalente, RSSR. Estas ligações são responsáveis pelas "ondas" que aparecem em nossos cabelos. A possibilidade da interconversão entre as formas oxidadas (RSSR) e reduzidas (RSH) da cisteína é que permite ao cabelereiro "moldar" o seu cabelo, ou seja, alisar um cabelo crespo, ou fazer "cachos" e "ondas" em um cabelo liso. A primeira etapa do trabalho do cabeleireiro consiste na redução de todos os grupos RSSR. Isto se faz, geralmente, com a aplicação do ácido tioglicólico (também conhecido como ácido 2-mercaptoacético) em uma solução de amônia (pH 9). Esta solução reduz os grupos RSSR para RSH; os cabeleireiros chamam esta solução de "relaxante"). Como calcular a dose certa
Para saber a concentração e tempo necessário para que a reação aconteça satisfatotiamente é fundamental avaliar o tipo e condição do cabelo. Para tanto a avaliação do técnico, profissional especializado em alisamento, é vital. Após um teste numa pequena mecha do cabelo ele pode selecionar o tipo de ativo, concentração, tempo de contato no cabelo e couro cabeludo.

Riscos do formol!
Algumas formulações existentes no mercado apreentam formol na sua composição.Como se trata de uma substancia muito agressiva, há uma desestruturação das cadeias de queratina para reformatação da fibra, onde os lipídeos e outros componentes protetores, entre estes a ceramida, os amino-ácidos e as proteínas, também podem ser removidos ou inativados . Com isso o fio perde suas propriedades originais e torna-se susceptível a quebra, ressecamento, etc.
Informações da Anvisa (Agência nacional de Vigilância sanitária) sobre o formol:

A legislação permite a substância formaldeído, apenas como conservante ou endurecedor de unhas e proteção de cutículas, em condições específicas a partir de concentrações baixíssimas e contendo as devidas advertências na rotulagem nos produtos.
Contato com a pele - Tóxico. Causa irritação à pele, com vermelhidão, dor e queimaduras.
Contato com os olhos - Causa irritação, vermelhidão, dor, lacrimação e visão embaçada. Altas concentrações causam danos irreversíveis.
Inalação - Pode causar câncer no aparelho respiratório. Pode causar dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da freqüência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode ainda causar graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia. Fatal em altas concentrações.
Exposição crônica - A freqüente ou prolongada exposição pode causar hipersensibilidade, levando às dermatites. O contato repetido ou prolongado pode causar reação alérgica, debilitação da visão e aumento do fígado.
Para finalizar a minha dica é que você cuide muito bem dos fios submetidos a este tipo de tratamento. Máscaras capilares hidratantes e uma alimentação rica em peixes e verduras frescas vai manter a saúde do corpo e do cabelo.

Por Sonia Corazza

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